segunda-feira, outubro 15, 2007

O fiel arrependido

O fiel de uma Igreja negociava a venda de seu carro quando um conselho do pastor fê-lo parar e prestar atenção. Dizia o religioso que vendesse sim o carro, mas que doasse o dinheiro para o templo, num jeito de comprovar a fé ao Senhor ou de pagar o dízimo vitalício antecipadamente. Garantiu que ele muito em breve seria abençoado com ainda mais riqueza. Era certeza divina.
Convencido, o fiel doou seu montante ao culto sem titubear e esperou pela graça celestial. Passou dois dias sem sair de casa, sonhando que algum telefonema avisasse de uma herança milionária ou que o gerente do banco ligasse comunicando um misterioso depósito em sua conta.
Foi à Igreja imaginando que talvez a sua ausência nos ritos estivesse atrasando a chegada da recompensa.
Mas, ao cabo de um mês, nosso fiel caiu em si num vislumbramento; desconfiou como nunca dantes das intenções do pastor quando o aconselhou e chegou à amarga questão: teria ele sido vítima de um golpe?
Sua fé, que era sólida, naquele instante desmanchou-se no ar e ele partiu furioso à procura de um advogado. Sentia-se mais ferido do que lesado, posto que foi por crença e não ganância que decidiu afinal pela investida que o fazia agora um carro menos rico.
No tribunal, o advogado foi brilhante e o júri leu a verdade nos olhos do fiel, que acompanhava com recato o seu defensor e a defesa torpe do acusado. O caso estava ganho.
A Igreja foi condenada a pagar ao fiel o valor de alguns automóveis.
Neste dia, quando chegou em casa, o fiel relembrou cada detalhe da história e se assombrou. De fato ele agora estava mais rico, como sentenciara o pastor!
Uma imensa aflição tomou seu coração. Estupefacto, o fiel reconsiderou as decisões espirituais e decidiu, no dia seguinte pela manhã, comparecer à Igreja para a gloriosa redenção.
Mas quando chegou, foi recebido com nova surpresa: era agora a Igreja que o processava por calúnia, difamação, danos morais e materias... E a audiência seria naquela mesma semana.

6 comentários:

subliterato disse...

E de alguma forma o absurdo parece sempre vencer.. kkkk
Hey moça.. muito legal seu espaço,
aos poucos vou lendo oq perdi..
Engraçado cmo o texto das crianças faz um link com o meu mais recente..blog favoritado kkk
bEjo

Anônimo disse...

Issoé baseado em fatos reais né???
Muito bom!

Luísa

Paulo Bono disse...

só tem escroto.

Ivo La Puma disse...

Olá! Vim aqui porque estive xeretando os links do Jefferson P. Queria dizer que gostei do seu blog. Você tem um jeito atraente de escrita. Parabéns! Voltarei outras vezes.

Taiane Dantas disse...

ai ai, esses grandes negócios... não consigo conceber que alguém possa ser tão cego a ponto de se deixar manipular por estes cínicos medíocres.isso realmente me enerva. hehe. indignações a parte eu amei seu modo de escrever. é tão leve e certeiro ao descrever as cenas, gostei! :D sempre passarei por aqui, Joana.

ah! comentei no "voltei a cantar" hehe


beijos, tai.

Jeniffer Santos disse...

toma lá da cá...ninguém quer perder nd hj em dia,mt menos dinheiro x)


gostei daqui...
voltarei mais vz.
beijos!